PROFESSORA DE 65 ANOS FOI AGREDIDA POR "COBRAR DEVER DE CASA": ATÉ QUANDO PAIS IRÃO TRANSFERIR SUA RESPONSABILIDADE?
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Imagem Reprodução |
Professora brutalmente agredida expõe crise educacional: Quando pais terceirizam a educação dos filhos
No último dia 18 de março, o bairro Resgate, em Salvador, testemunhou mais um caso absurdo de violência contra educadores. A vítima dessa vez foi Célia Regina, uma professora particular de 65 anos, que sofreu agressões brutais por simplesmente tentar fazer seu trabalho: educar.
Tudo começou quando Célia chamou atenção de um aluno de apenas 7 anos por não realizar suas atividades durante uma aula de reforço. Ao invés de receber apoio ou compreensão, a professora foi surpreendida com um tapa no rosto vindo da criança. Buscando solução, procurou imediatamente a mãe do aluno para relatar o ocorrido. Porém, foi ignorada por aquela que deveria ser sua aliada na educação.
O cenário que se desenrolou depois foi ainda mais assustador. Dias após o primeiro incidente, o aluno retornou às aulas equipado com um celular para gravar a professora, numa tentativa clara de armar uma situação contra ela. Novamente, Célia tentou dialogar com a mãe da criança, mas desta vez a mulher chegou acompanhada pelo padrasto e pela tia do aluno. O que deveria ser uma conversa tornou-se um verdadeiro pesadelo.
Segundo relatos da professora, o padrasto da criança puxou seus cabelos e a jogou violentamente ao chão. Não bastasse a agressão física, Célia foi ameaçada de morte e até mesmo de estupro. Para aumentar ainda mais o horror, o agressor portava uma arma de choque durante o ataque.
Enquanto a educadora está traumatizada e praticamente refém em sua própria casa, a família do agressor insiste em justificar o injustificável. Eles alegam, de forma absurda e contraditória, que a criança era "maltratada" pela professora. Um áudio, convenientemente gravado, estaria sendo usado para acusar Célia de empurrar o aluno e chamá-lo de "palhaço arruaceiro". Mas será mesmo que um simples puxão de orelha pedagógico justifica tamanha violência?
Quem realmente está educando nossas crianças?
A violência contra Célia Regina é sintoma claro de um problema maior: a terceirização total da educação por parte dos pais. A escola e os educadores não são responsáveis pela formação moral e ética inicial das crianças. É obrigação dos pais ensinar respeito, limites e noções básicas de convivência antes mesmo que os filhos pisem na escola.
Mas parece que alguns pais estão preferindo fugir dessa responsabilidade, esperando que professores façam milagres com crianças que já chegam sem noção alguma de disciplina ou respeito. O resultado? Educadores humilhados, agredidos e silenciados por famílias incapazes de reconhecer suas próprias falhas.
Será que esses mesmos pais, tão eficientes em culpar professores, têm alguma noção do monstro social que estão criando dentro de casa? Que futuro espera uma geração que vê pais incentivando comportamentos agressivos e desrespeitosos contra aqueles que tentam educar?
Sociedade cúmplice da violência
A situação de Célia é apenas um reflexo da falta de apoio social e institucional aos professores brasileiros. Até quando educadores precisarão colocar suas vidas em risco simplesmente por querer educar? E até quando a sociedade vai aceitar passivamente que professores sejam tratados como vilões e não como aliados fundamentais no desenvolvimento das nossas crianças?
É hora de cobrar responsabilidade dos pais, exigir justiça contra os agressores e, principalmente, garantir segurança e respeito a todos os profissionais da educação.
Até quando vamos fingir que a culpa não é nossa?

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