IRONIA HISTÓRICA: TRUMP DESMENTE NARRATIVA DE BOLSONARISTAS SOBRE FRAUDE ELEITORAL

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Parece piada pronta: bolsonaristas, aqueles mesmos que insistem em dizer que o sistema eleitoral brasileiro é "fraudulento" e "inseguro", acabam de levar uma invertida inesperada diretamente do seu grande ídolo, Donald Trump. Sim, o mesmo Trump idolatrado como uma espécie de messias por quem acredita em teorias conspiratórias mirabolantes sobre urnas eletrônicas. O ex-presidente norte-americano acabou reconhecendo, ironicamente, que o sistema eleitoral brasileiro tem um ponto forte: a biometria.

Mas espere aí: não eram os bolsonaristas que passavam dia e noite questionando a segurança das nossas eleições? Não foram eles que insistiram durante anos em afirmar, sem provas concretas, que o voto eletrônico era uma invenção demoníaca criada especialmente para fraudar a democracia brasileira?

Pois bem, Trump acaba de assinar um decreto onde cita explicitamente o Brasil como exemplo positivo de segurança eleitoral, destacando justamente a biometria utilizada por aqui. Em outras palavras, o país que, segundo os próprios bolsonaristas, "vive uma fraude eleitoral permanente", tornou-se, pasmem, referência mundial citada pelo ex-presidente americano que eles tanto veneram.

A incoerência desse grupo chega a ser engraçada, se não fosse tão alarmante. Afinal, como conseguem venerar Trump, o mesmo que legitima exatamente aquilo que eles insistem em desacreditar? Talvez seja falta de coerência mesmo, ou talvez seja apenas uma obsessão cega que os impede de enxergar a ironia escancarada.

Trump, que até hoje não conseguiu provar sua absurda alegação de fraude nas eleições que perdeu para Joe Biden em 2020, agora quer impor um controle rigoroso nos EUA, similar ao sistema que os bolsonaristas tanto criticam no Brasil. Segundo Trump, os eleitores norte-americanos precisarão comprovar sua cidadania, algo muito próximo do sistema brasileiro que há tempos já utiliza tecnologias avançadas para garantir segurança.

Mas então surge a pergunta incômoda: como explicar essa admiração cega dos bolsonaristas por Trump, que acaba de defender práticas que eles próprios repudiam com tanto fervor no Brasil? Será que vão seguir questionando a legitimidade das eleições brasileiras enquanto exaltam o "mito" norte-americano que os contradiz em cada decreto assinado?

Este episódio, no mínimo constrangedor, deixa claro que a paranoia conspiratória bolsonarista não passa de birra política, que flerta perigosamente com a irracionalidade e ignora até mesmo as palavras daquele que chamam de exemplo.

Fica o aviso: cuidado com os ídolos que vocês escolhem venerar. Às vezes, eles mesmos acabam destruindo os próprios mitos que criaram.