RATOS, SUJEIRA E TRABALHADORES EXPLORADOS: OS BASTIDORES CHOCANTES DA REDE MATEUS

     

Ao longo dos últimos anos, a rede de supermercados Mateus, uma das maiores do Brasil, tem se tornado sinônimo de escândalos envolvendo irregularidades sanitárias e trabalhistas no Maranhão. Fiscalizações constantes do Procon e da Vigilância Sanitária têm revelado problemas gravíssimos que não apenas chocam, mas colocam em risco a saúde pública e os direitos básicos dos trabalhadores.

Irregularidades Sanitárias Graves

Não são casos isolados. Em diversas inspeções, o cenário encontrado pelas autoridades tem sido alarmante. Entre os casos mais impactantes, destaca-se a chocante descoberta de um rato em decomposição em uma unidade do bairro João Paulo, em São Luís. A cena grotesca evidencia o descaso do supermercado com os protocolos básicos de higiene e segurança alimentar.

Além disso, não é raro que os fiscais encontrem lixo acumulado, embalagens abertas ou avariadas e restos de alimentos misturados aos produtos à venda. Esses produtos ficam expostos a insetos como moscas e baratas, comprometendo diretamente a saúde dos consumidores.

A situação das unidades do Curvado 90 e Cajazeiras, também em São Luís, reforça o padrão de negligência. Peixes, camarões e frangos armazenados inadequadamente, embalagens avariadas e condições precárias de higiene levaram à interdição de setores inteiros desses supermercados. Apesar das multas e autuações frequentes, as irregularidades persistem, indicando que a rede não leva a sério as normas sanitárias ou as multas impostas.

Trabalhadores Submetidos a Condições Desumanas

Não bastassem as infrações sanitárias, segundo denúncias recebidas pelo blog, o Grupo Mateus também é conhecido por explorar seus funcionários. Trabalhadores denunciam jornadas exaustivas, ultrapassando constantemente o horário estabelecido, sem qualquer compensação. Funcionários relatam que são obrigados a cumprir funções duplas e até mesmo a dormir nas lojas devido à ausência de transporte público adequado após o expediente.

Em dezembro passado, uma forte paralisação organizada pelos trabalhadores na unidade Cohama expôs ainda mais esses problemas. As reivindicações por salários dignos, fim da escala 6x1 e condições mínimas de trabalho foram reprimidas duramente pela direção da empresa, que, segundo denúncias, chegou a demitir grevistas após manifestações anteriores.

O presidente do Sindicato dos Comerciários de São Luís, Edmilson Santos, afirmou que a situação é crítica e que medidas drásticas, como uma greve geral, podem ser inevitáveis se não houver melhorias concretas.

Descumprimento e Impunidade

O Ministério Público do Maranhão, após tragédias e denúncias gravíssimas como o acidente fatal que vitimou a jovem Elane de Oliveira Rodrigues em uma unidade do supermercado, estabeleceu um acordo tímido, fixando indenizações irrisórias comparadas ao impacto humano e social das infrações cometidas.

Fica o questionamento: até quando o poder público permitirá que a rede Mateus continue operando sob essas condições deploráveis? Quais interesses estão sendo protegidos, enquanto a saúde e a dignidade de trabalhadores e consumidores seguem sendo desprezadas impunemente?