O GOLPE REVELADO: O QUE HÁ POR TRÁS DA DELAÇÃO DE MAURO CID?
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(foto: (Ed Alves/CB/DA.Press / Ed Alves/CB/DA.Press)) |
A revelação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid jogou luz sobre os bastidores de um suposto plano golpista envolvendo Jair Bolsonaro e seu círculo mais próximo. A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente e mais 33 aliados trouxe detalhes explosivos sobre encontros secretos, dinheiro vivo e joias vendidas às escondidas. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu derrubar o sigilo do acordo, garantindo que os denunciados tenham pleno acesso aos autos.
Minuta do Golpe: Bolsonaro Pegou a Caneta?
Entre os pontos mais estarrecedores da delação de Cid está a revelação de que Bolsonaro não só sabia da minuta golpista, mas que chegou a editá-la. Essa minuta previa a decretação de estado de sítio para anular as eleições de 2022. Além disso, segundo Cid, houve reuniões estratégicas onde militares discutiram abertamente a possibilidade de um golpe de Estado. O general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro, teria entregado dinheiro vivo dentro de uma caixa de vinho no Palácio da Alvorada para financiar as movimentações golpistas.
O Racha Dentro da Família Bolsonaro
Outro ponto que chama atenção é a suposta divisão dentro do clã Bolsonaro sobre como reagir à derrota para Lula. De acordo com Cid, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi contra um golpe, enquanto Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teria defendido a ideia de uma ruptura institucional. Essa divergência revela que, mesmo dentro da família, havia quem temesse as consequências de uma aventura golpista.
Joias Sauditas: Uma Nova Fonte de Renda?
Cid também confessou que, junto com seu pai, o general Mauro Lourena Cid, intermediou a venda das joias sauditas recebidas pelo governo Bolsonaro e repassou cerca de US$ 86 mil ao ex-presidente entre 2022 e 2023. O dinheiro teria sido enviado de forma fragmentada, um indício claro de tentativa de ocultação de patrimônio. Esse episódio reforça as suspeitas de que Bolsonaro pode ter utilizado sua posição para obter vantagens financeiras ilícitas.
STF e a Pressão Política
O STF deve iniciar o julgamento da denúncia entre março e abril, mas a decisão de Moraes de encaminhar o caso para a Primeira Turma da Corte tem gerado controvérsias. Ministros defendem que o julgamento de Bolsonaro deveria ocorrer no plenário, assim como foi feito com os réus do 8 de Janeiro. Essa divergência pode abrir brechas para questionamentos jurídicos e atrasar o desfecho do caso.
Bolsonaro Se Faz de Vítima
Bolsonaro, como sempre, adotou o discurso de perseguição política e comparou sua situação a líderes opositores em regimes autoritários da América Latina, como Venezuela e Cuba. Ele afirmou que a denúncia segue um "truque" para silenciar vozes dissidentes. Esse argumento, já desgastado, tem sido a principal defesa do ex-presidente e de seus aliados, mesmo diante das provas concretas que emergem.
O Congresso em Chamas
O clima no Congresso também esquentou. O presidente da Câmara, Hugo Motta, repreendeu os parlamentares que protagonizaram mais uma sessão de troca de gritos entre governistas e opositores. Já no Senado, Davi Alcolumbre foi categórico ao afirmar que uma eventual anistia para Bolsonaro e seus aliados não está em discussão. "Esse assunto não interessa aos brasileiros", disse ele, tentando esfriar o debate.
E O Povo? Memes e Revolta
Nas redes sociais, a delação de Cid virou combustível para uma enxurrada de memes e indignação popular. A possível prisão de Bolsonaro se tornou um dos assuntos mais comentados, com internautas divididos entre a expectativa de punição e a revolta com o que consideram perseguição política.
Trump Entra no Jogo
Enquanto isso, nos Estados Unidos, a Trump Media & Technology Group, empresa de mídia ligada ao ex-presidente Donald Trump, entrou com um processo contra Moraes, acusando-o de censura e de violar a Primeira Emenda da Constituição americana. O motivo? A ordem para que a plataforma Rumble removesse contas de brasileiros de direita. Essa movimentação evidencia a conexão internacional do bolsonarismo e sua tentativa de transformar a investigação em um embate global entre conservadores e progressistas.
O Futuro de Bolsonaro: Prisão ou Anistia?
Com as revelações da delação, Bolsonaro se vê diante de um cenário sombrio. As provas contra ele e seu círculo são robustas, e o julgamento no STF pode definir seu destino político e jurídico. A questão agora é: até onde a Justiça brasileira está disposta a ir para garantir que a democracia não seja ameaçada novamente?

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