BRAIDE SE REAFIRMA CONTRA DIÁLOGO COM A CÂMARA MUNICIPAL EM DECISÃO POLÊMICA
![]() |
Foto: Pref. São Luís |
Em mais um capítulo da crise entre o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), e a Câmara Municipal, o gestor municipal demonstrou, mais uma vez, total desinteresse em manter qualquer tipo de diálogo com o Poder Legislativo. Recentemente, em uma manifestação ao desembargador Marcelo Carvalho, Braide afirmou que não possui “interesse algum” em participar da audiência de conciliação que foi marcada para tentar resolver o impasse envolvendo a redução de créditos suplementares na Lei Orçamentária de 2025.
A disputa surgiu após a comissão de Orçamento da Câmara Municipal aprovar uma emenda que diminui a capacidade do prefeito de remanejar recursos do orçamento de 25% para 5%, uma mudança que afetaria diretamente a autonomia do Executivo. Em decisão tomada na terça-feira, 25, o desembargador Marcelo Carvalho sugeriu uma audiência de conciliação, com o intuito de buscar um entendimento entre as partes. No entanto, Braide não demonstrou qualquer vontade de resolver a questão de forma consensual e optou por reforçar sua postura inflexível, solicitando apenas que fosse tomada uma decisão favorável ao seu pedido de cautelar para anular a emenda.
O pedido do prefeito está relacionado a uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) que foi protocolada no Tribunal de Justiça após a aprovação da Lei Orçamentária anual, no início de fevereiro. Em sua manifestação, Braide não apenas rejeitou a conciliação como também sublinhou que seu desejo não era o de negociar, mas sim de obter uma decisão judicial que revertesse a emenda da Câmara Municipal.
A atitude de Braide vai contra o que foi defendido pelo desembargador Marcelo Carvalho, que, ao decidir pela audiência de conciliação, reforçou a importância da harmonia entre os Poderes e da construção de um diálogo em prol da população. Para o magistrado, o entendimento entre o Executivo e o Legislativo é essencial para o bom funcionamento da administração pública, deixando claro que é o diálogo e a colaboração que podem gerar resultados positivos para os cidadãos.
Contudo, Braide parece ir na direção oposta, preferindo que o Tribunal de Justiça decida sobre a questão de forma unilateral. Essa postura reflete uma crescente tensão entre a prefeitura e a Câmara Municipal, e levanta a dúvida sobre como será o desenrolar dessa crise política.
Agora, a expectativa se volta para a postura do desembargador Marcelo Carvalho, que se comprometeu a se manifestar somente após ouvir as partes envolvidas. Mas a grande incógnita continua: será que o prefeito dará o braço a torcer e aceitará o diálogo, ou continuará resistindo até que sua posição seja validada pela Justiça?
A relação entre os poderes segue deteriorada e, ao que parece, a população de São Luís ficará à espera de uma solução que, ao contrário do que Braide parece acreditar, talvez precise mesmo de um pouco mais de diálogo e compreensão mútua.

Nenhum comentário