POLÍCIA FEDERAL E POLÍCIA ITALIANA DIVERGEM SOBRE INCIDENTE ENVOLVENDO MINISTRO DO STF

Foto Reprodução
 


A defesa do empresário Roberto Mantovani, acusado de hostilizar a família do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em Roma, Itália, ressaltou discrepâncias nas interpretações das imagens relacionadas ao evento feitas pela Polícia Federal brasileira e pela polícia italiana. Solicitou, então, uma análise técnica aprofundada pelo Instituto Nacional de Criminalística. A solicitação foi endereçada ao delegado da Polícia Federal, Hiroshi de Araújo Sakaki, neste último sábado (28), visando esclarecer as circunstâncias envolvidas.


Segundo Ralph Tórtima, advogado de Mantovani, há uma divergência nas análises das imagens do episódio. A Diretoria de Inteligência da Polícia Federal aponta que Mantovani "ergueu a mão direita e atingiu o rosto (ou os óculos) de Alexandre Barci de Moraes [filho do ministro]". No entanto, a autoridade policial italiana tem uma visão distinta. Com base em uma tradução juramentada do relatório italiano, Tórtima destaca que Barci, "provavelmente irritado pelas agressões verbais recebidas", estendeu o braço esquerdo, "passando muito próximo à nuca de Mantovani".


A defesa aponta que, no mesmo instante, Mantovani "fez o mesmo movimento com o braço direito, tocando levemente os óculos de Alexandre Barci de Moraes". O documento enviado ao delegado sugere que, "de acordo com a interpretação das imagens feita pela polícia italiana, quem tocou primeiro no requerente, muito provavelmente, foi o filho do ministro, o que teria ensejado a mesma reação por parte dele (legítima defesa ou até mesmo retorsão humana inevitável)".


Identificando uma "clara contradição nas análises das imagens", a defesa pede que todas as imagens obtidas através de Cooperação Internacional sejam encaminhadas ao Instituto Nacional de Criminalística para uma perícia adequada. As imagens foram captadas pelo sistema de vigilância do aeroporto internacional de Roma, e são peças-chave para elucidar o incidente ocorrido no dia 14 de julho, que levou à instauração de um inquérito pela Polícia Federal para apurar as circunstâncias da abordagem e também de uma possível agressão ao filho do ministro.


Além de Mantovani, estão sendo investigados sua esposa Andreia Munarão, seu genro Alex Zanata Bignotto e seu filho Giovanni Mantovani. O relatório da Polícia Federal menciona que enquanto o ministro aguardava na sala VIP do aeroporto, Mantovani notou sua presença e "chamou sua esposa, Andreia Munarão, para mostrar que o ministro estava logo à direita do casal". Após a confusão, eles retornaram pelo mesmo corredor cerca de sete minutos depois, "observando o interior da sala VIP onde o ministro Alexandre de Moraes e sua família haviam entrado".


Por volta de 50 minutos após o fim da discussão, o ministro e sua esposa deixaram a sala VIP, observando o saguão na direção para onde a família Mantovani tinha se dirigido. Mantovani, ao retornar ao Brasil, minimizou o incidente e alegou que houve "um desentendimento" com os familiares do ministro. A família negou ter hostilizado Moraes e alegou ter apenas reagido a ofensas recebidas. A defesa argumentou que o cumprimento dos mandados de busca e apreensão após a confusão foi injustificável e desproporcional, enquanto a polícia mencionou que investigava "os crimes de injúria, perseguição e desacato praticados contra o ministro do STF".




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