Reveladora entrevista de Presidente Nacional do PT, Gleise Hoffman, traça o destino de Dr Benjamin em Brasília

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Por Maicon Sousa

Nesta terça feira, Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT/partido do Presidente Lula, concedeu entrevista ampla ao Jornal O Globo. Embora tenha ficado fora dos Ministérios, é Gleise a toda poderosa do PT e que ficará de olho nos votos no Congresso de deputados que estão em partidos que fazem parte do Governo Lula 3. Incluindo os do Dr Benjamin Oliveira. A temporada do médico em Brasília dependerá do quanto Petista o Ministro das comunicações, Juscelino Filho (que é titular da vaga de Dr Benjamin) conseguirá ser.

A principal exigência do PT é que os partidos que tem Ministérios entreguem votos a favor dos projetos do PT na Câmara Federal e no Senado. Como Juscelino Filho agora faz parte do Governo Federal, seu suplente Dr Benjamin terá que, em nome da aliança/ pois os dois são do mesmo partido/ União Brasil, votar a favor dos projetos petistas no Congresso. E quem disse isso, mesmo que indiretamente, foi Gleise. Aliás, por já ter votado anteriormente contra pautas do PT, Juscelino Filho recebeu um recado via entrevista. Veja abaixo.

E a situação fica ainda mais complexa porque o Presidente Nacional do União Brasil, Luciano Bivar, declarou ao O Globo que Juscelino Filho foi uma escolha pessoal de Lula e que o União Brasil não tá na base do Governo Lula 3. Mas o PT quer votos, e outros partidos querem Ministérios também. Abaixo os trechos que traçaram o destino de Dr Benjamin na Capital do Brasil:

O Globo: Como a senhora vê o fato de o partido (União Brasil) do Sergio Moro, um dos principais adversários do PT, estar na base?

Gleise: Quem deve estar desconfortável é o Sergio Moro. Não tenho opinião sobre isso. O que importa é o apoio do partido. É um problema dele.

O Globo: Foram escolhidos ministros desconectados da linha de pensamento do PT. Juscelino Filho, por exemplo, votou e a favor da privatização dos Correios e vai comandar a pasta de Comunicações, responsável pelos Correios.

Gleise: Ele não privatizará os Correios porque não foi a proposta que ganhou na urna. É óbvio que se pegar os ministros do União Brasil, eles vão ter mais divergências conosco do que convergência. Por isso que é uma aliança.

O Globo: Eles vão ter que se adaptar?

Gleise: É claro. Eles estão entrando num governo que tem linha, tem projeto claro, que saiu das urnas com essa direção.

O Globo: Para ter mais votos no Congresso, Lula negociou ministérios com partidos que não o apoiaram e que têm parlamentares críticos ao PT. Dá para garantir que essas siglas de centro e centro-direita vão entregar os votos no Parlamento?

Gleise: Eu espero que sim. Se está dentro do governo tem que entregar os votos. É um casamento. Espero que esses partidos cumpram exatamente com a missão deles para dar governabilidade.

O Globo: Há um prazo para que seja avaliada a posição desses partidos no Congresso?

Gleise: Vai depender das votações no Congresso. Sempre as coisas podem ser reavaliadas.