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Gigante chinesa ameaça domínio do iFood no Brasil

A hegemonia do iFood no mercado brasileiro de delivery pode estar prestes a enfrentar seu maior teste. A Meituan, maior empresa de entregas do mundo, prepara sua entrada no Brasil até o fim de 2025. E ela chega com apetite de gigante.

Meituan: a força de um império asiático

Fundada em 2010, a Meituan é uma potência do setor de tecnologia e serviços urbanos na China. Sua atuação vai muito além da entrega de comida: a empresa oferece transporte, turismo, reservas de hotéis e serviços locais em geral.

Mas é no delivery que ela brilha mais intensamente. Em 2024, os números impressionam:

Receita anual de US$ 46 bilhões
Quase 30 bilhões de entregas realizadas no ano
Valor de mercado superior a US$ 130 bilhões
GMV (valor bruto de mercadorias vendidas) 12 vezes maior que o do iFood

Chegada ao Brasil: não é se, mas quando

Após iniciar sua expansão internacional em 2024 — com foco no Japão, Coreia do Sul e Brasil — a Meituan já vem se preparando para desembarcar por aqui.

Desde 2020, a marca está registrada no país. E nos últimos meses, executivos da empresa vêm mantendo conversas com empresários brasileiros, operadores logísticos e especialistas tributários. O plano está em fase avançada de estruturação.

Mas o caminho não será fácil.

iFood ainda reina absoluto

O iFood é o atual soberano do delivery nacional. Parte do grupo global Prosus, que se tornou o quarto maior conglomerado de entregas do mundo após adquirir a Just Eat, a plataforma domina com folga:

Mais de 100 milhões de entregas por mês
Mais de 350 mil entregadores cadastrados
Cerca de R$ 8 bilhões movimentados por mês
Mais de 80% do mercado formal de delivery no Brasil

Rivalidade com pitada de ironia

Um detalhe curioso e quase irônico: a Prosus, dona do iFood, é acionista da Meituan. Detém uma fatia de 4% da gigante chinesa. Ou seja, caso a Meituan entre no Brasil, o iFood será sócio — mesmo que pequeno — da empresa que ameaça seu trono.

Um novo capítulo no mercado de delivery

A chegada da Meituan promete sacudir o setor. Com poder de investimento, tecnologia avançada e know-how de escala global, ela pode desafiar até mesmo a fortaleza do iFood. A concorrência pode beneficiar consumidores, entregadores e restaurantes, trazendo inovação e preços mais competitivos.

Mas o iFood não vai ceder território tão facilmente.

O jogo está prestes a começar — e promete ser acirrado.