CIÚME E DESCONFIANÇA: POR QUE MACEDO FOI CORTADO DA EQUIPE DE BOLSONARO
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Imagem Reprodução |
Michelle dispensou médico de Bolsonaro e acendeu fogo na ala médica do bolsonarismo
Desconfiança, bastidores e um toque de sanfona: entenda por que o "médico das facadas" foi limado da equipe presidencial
A novela política brasileira sempre encontra um novo enredo para surpreender. E o capítulo da vez envolve bisturis, vaidades e uma ex-primeira-dama no centro do roteiro. Antônio Luiz Macedo, o renomado cirurgião que virou uma espécie de “anjo da guarda” abdominal de Jair Bolsonaro desde a facada em 2018, acaba de ser dispensado. E, segundo ele mesmo, a decisão partiu da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Sim, aquele mesmo Macedo que operou o ex-presidente cinco vezes e garantiu a recuperação do “mito” sempre que o intestino dava pane, agora foi substituído como quem troca de assessoria de imprensa. E o motivo? Desconfiança. Nada de argumentos médicos — apenas o velho e conhecido ciúme de bastidores.
A facada que veio de dentro da casa
“Jamais neguei atendimento para ele. Fiz o melhor possível”, disse Macedo, em tom de despedida melancólica e um quê de mágoa velada. O cirurgião revelou que nunca cobrou um centavo pelas cirurgias de Bolsonaro, mas desta vez, não foi nem cogitado.
Segundo apuração da colunista Carla Araújo (UOL), Macedo suspeita que Michelle tenha vetado sua participação no novo atendimento ao marido, optando por outra equipe médica — liderada por Cláudio Birolini, do Hospital das Clínicas de São Paulo. A operação, desta vez, ocorreu no DF Star, hospital de elite em Brasília. O senador Flávio Bolsonaro, sempre atuante nos bastidores do clã, também teria dado seu pitaco decisivo pela troca.
A justificativa oficial? Que Macedo não poderia se ausentar de São Paulo por muito tempo. Mas o médico rebate: “Ele sempre saiu bem daqui. Se não pode vir, paciência. Mas sempre estive à disposição”. Curiosamente, Macedo chegou a ser acionado de madrugada por ninguém menos que Gilson Machado, o sanfoneiro e ex-ministro do Turismo, que procurava ajuda quando Bolsonaro sentiu dores abdominais em Natal (RN). Sanfona no WhatsApp, bisturi cancelado.
Michelle desconfiada após tragédia com aliada
Fontes ligadas à família revelam que Michelle nunca confiou totalmente em Macedo — especialmente depois da morte da deputada Amália Barros (PL-MT), em 2024, após uma cirurgia feita pelo mesmo médico para retirada de um nódulo no pâncreas. A tragédia abalou o grupo bolsonarista, e o nome de Macedo ficou marcado. Ainda que não houvesse culpa médica, a sombra do episódio parece ter sido o estopim para o afastamento.
Da devoção à exoneração
É curioso que o médico responsável por manter Bolsonaro vivo após uma tentativa de assassinato tenha sido descartado sem cerimônia. Não houve coletiva, agradecimento público, nem uma nota oficial de “muito obrigado por tudo”. Nada. O homem que revirou os intestinos do presidente para reconstruí-lo, literalmente, virou um “ex-paciente”.
O caso joga luz sobre a crescente influência de Michelle Bolsonaro nas decisões da família, inclusive na saúde do marido. Enquanto Jair tenta manter uma imagem de força, é cada vez mais nítido que Michelle conduz os bastidores com pulso firme — seja na política, na estratégia eleitoral ou agora, até na sala de cirurgia.
Afinal, quem manda na ala médica do bolsonarismo?
A substituição de Macedo revela mais do que uma questão clínica: é um sintoma do racha interno que vai se acentuando no bolsonarismo. A ala da fé, do marketing e da estética, comandada por Michelle, ganha espaço em detrimento dos aliados antigos — mesmo os que, literalmente, colocaram o intestino presidencial de volta no lugar.
Resta a dúvida: se Macedo, com seu histórico, foi dispensado assim, quem mais poderá ser limado na tentativa de Michelle consolidar sua influência para 2026?

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