Flávio Dino diz que posse de Lula será 'segura e em paz' e que 100% das polícias do DF serão mobilizadas

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O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou nesta terça-feira que a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será "segura e em paz". Dino fez a declaração ao lado do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e do futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, no Palácio do Buriti.


— A posse de Lula será segura e em paz — afirmou ele, acrescentando que haverá a mobilização integral das forças de segurança do Distrito Federal comandadas por Ibaneis. — Ou seja, 100% das Polícias do DF, Militar e Civil e Bombeiros para trazer segurança não só ao presidente da República, delegações estrangeiras, mas às pessoas que vão participar do evento.


As três autoridades se reuniram para discutir a segurança da cerimônia da posse de Lula, que ocorrerá em 1 de janeiro. O encontro ocorre três dias após a prisão de um homem que planejava fazer um atentado com um explosivos próximo ao aeroporto de Brasília.


Detido no último sábado, George Washington de Sousa relatou em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal que o intuito do ataque era provocar as Forças Armadas a decretarem um "estado de sítio" e realizarem uma intervenção militar, o que é inconstitucional.


— Não serão pequenos grupos extremistas que vão emparedar a democracia brasileira. Eles não venceram e não vencerão — enfatizou Dino.


A prisão de Sousa, que participou de atos golpistas em frente ao quartel do Exército, elevou a preocupação da equipe de Lula e de integrantes do governo do DF em relação ao dia da posse.


O governador Ibaneis classificou a prisão como um "ato terrorista" que "não é normal para a democracia que temos no país", e prometeu repressão dura contra quem participar de ações semelhantes.


— Realmente existia ali uma mentalidade voltada para o crime. E que fique bem claro a todos que pensarem nisso: a polícia do DF está preparada. São penas bastante altas. É um crime hediondo. Os atos serão tratados como terroristas e assim serão tratados pelo Judiciário — afirmou Ibaneis.

Dino confirmou que, após o episódio, o roteiro da posse presidencial precisou ser revisto, mas garantiu que ele está mantido em todas as suas etapas.


— A cada situação nova que se coloca é feita uma reanálise. Essa revisão obviamente foi feita. Não há nenhuma alteração no roteiro desde a catedral [de Brasília]. Todo planejamento envolve várias alternativas. E há decisões que são tomadas no momento — afirmou ele.


Há um debate interno dentro da equipe de Lula se o presidente deveria desfilar pela Esplanada com o carro blindado ou com o veículo aberto, como tradicionalmente é realizado nas posses presidenciais.


Desmobilização pactuada



O futuro ministro da Justiça também declarou que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva pediu um fim "pactuado" dos acampamentos de golpistas na frente dos quarteis.


— A desmobilização dos acampamentos, quanto mais se der de modo pactuado, de modo, melhor. Essa é o posição do presidente Lula neste momento. É claro que se não houver essas providências, medidas serão tomadas. Mas isso em um segundo momento — disse ele.


Dino falou ainda em "desocupação voluntária", mas que, se ela não se concretizar, abrem-se outras possibilidades de uma retirada compulsória."


Ao lado dele, Múcio adotou um tom diferente ao se referir aos acampamentos antidemocráticos. O futuro ministro da Defesa afirmou que os atos até agora são "pacíficos" e o extremismo é "isolado".


— Eu peço a Deus para que o acampamento vá se esvaindo, porque o protesto político termina perdendo o sentido. As nossas preocupações são com esse movimento no último sábado — afirmou ele.
— Enquanto você está lidando com grupos que criticam e querem discutir política, fica no campo político. Mas, na hora que um cidadão coloca uma bomba embaixo de um caminhão de querosene que está entrando em um aeroporto e pode explodir um avião com 200 pessoas, aí nós entramos no campo do terrorismo — declarou Múcio sobre o plano descoberto e investigado pela Polícia Civil do DF.


No último domingo, Dino chegou a dizer que os acampamentos eram "incubadoras de terroristas". Junto com dirigentes do PT, ele queria que a desmobilização fosse feita de modo célere antes de 31 de dezembro. Múcio, por sua vez, defende que os manifestantes sejam retirados de forma gradual e sem o uso da força.


Enquanto você está lidando com grupos que criticam e querem discutir política, fica no campo político. Mas, na hora que um cidadão coloca uma bomba embaixo de um caminhão de querosene que está entrando em um aeroporto e pode explodir um avião com 200 pessoas, aí nós entramos no campo do terrorismo.





Reprodução: O Globo





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